segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cumplicidade relacional

Nos olhos, olhares
Me olham e eu
Olho, nos olhos

Segredos entreabertos,
No semblante manifesto,
Latente confesso complemento

Nas mãos umidecidas,
A ferida encoberta
Pelos truques da razão

Emoção velada desnude-se
Em lágrima que sai dos olhos,
Denúncia da dor.

E pranto tanto reclama
Que no corpo proclama o ardor
Que a boca renega, ferida velha

É aquela que do passado
Ressurge em presente,
Dói ao sofredor

E dói na gente
Que acompanha e acolhe
Seu clamor

Em sensibilidade
Limitada, humana
Passível de engano

Porém serena e crente num clarear
De futuras possibilidades,
Mesmo se hoje ausentes.

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