O tempo
O tempo aplaca
O que as palavras
Calam
Sôfrego e lento,
Voraz e sedento
Se faz o tempo
Com passos morosos,
Caminhos difusos
Mostram-se inócuos
Um acalento para
Feridas vivas que sangram
A todo momento
O tempo se mostra
Abrigo e amparo
Aos aflitos
Redenção e alimento
Aos famintos,
Moribundos vivos
Um clarão
De chamas
Na escuridão
Angustia a lareira
Em brasa que
Pulsa o coração
Uma mansidão
Difusa em
Inquietação
Uma mão que compele
À ação junto ao nada
Que o envolve
E o tempo
Se diz consolo,
Mas consome.
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