terça-feira, 27 de julho de 2010

Na escrivaninha

Minh'alma estava na escrivaninha
Enquanto a procurava na estante,
Alçou vôo no estanque congelado do tempo

E o tic-tac banal do relógio empoeirado
Enfileira meus pensamentos devidamente
Guardados no armário do cáos memorável

E o silêncio dos dias aponta uma direção difusa,
E a escrivaninha já em desuso
Ocupava um lugar desmerecido

Esmorecia cânticos serenos ao pé do ouvido,
Solicitando uma nova estadia ao imóvel
De que deveria ter se esvaído

Do armário embutido no teto abriram-se as portas,
E o montante de idéias sólidas se espalhou pelo tapete do quarto,
Deram voz ao terreno que de tanto fazer-se sereno

Esvoaçava todas as noites,
Embora suas posses para o vôo fossem
Meras somatórias sem notas de valor.

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