Fria e disforme
Cru, seu disfarce à tona
Dos meus olhos nus
Vendaval contido ao desviar olhares
Outrora, teatro monopolizado
Agora, espetáculo gratuíto
Para público selecionado
Na rua, o silêncio de quem amou
No recinto, o devaneio escancarado
Em troca de alguns aplausos?
Oras, a platéia era surda
Mas podia ver
Seu show desnecessário
E conferia a todo instante
Seu efeito no palanque
De imaturidades desnudas
Me calo e retrato a imagem disforme
Que conforme meu recordos ativam,
Desatinam possibilidades com sua figura fria e disforme.
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