segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Demora fugaz

Demora fugaz com teu silêncio indecifrado
Demora pouco com a lentidão de teus passos
Não demora a mexer na ampulheta 
Dinâmica do tempo

Demora devagarinho nos gestos carinhosos
Demora bem nos beijos e abraços
E demora nos teus olhos aos meus 
Permite o inesperado

Demora desfalecida sem desenlaces
Rendida em meu colo
Demora pouco em ceticismo
E delega pouca espera ao entorno

Demora pouco no retorno dos encontros
O tempo demora a fustigar 
Se demoras a me deixar
Sê breve em palavras que diz e escreve

Demora bem na nossa descoberta de pele
Decifra morosamente cada ungido e suspiro
Demora a despir-se de desejos comuns
Demora no tempo do enlace cru

Demora suas mãos nas minhas, oração
Demora na prece que não nos impede afetividade
Demora ao escutar-me 
As batidas descompassadas do coração 

E sê demora lenta ao que representa liberdade 
Sê manifestação nua de disponibilidade ao contato
E demora fugaz ao que extirpa sonhos das lentes serenas
Dos óculos que colorem as lentes do inexplicável. 


Nenhum comentário: