quarta-feira, 10 de junho de 2020

Justiça social 

Falácia maquiada de eficácia
Na sociedade desigual é uma navalha
Que corta com palavras que ecoam
A banalização das lutas miscigenadas
A voz do povo é uma faca de dois gumes
Olho para o lado e não vejo tratamento ilustre
Ao preto e ao pobre
Só sobrevive o sujeito incólume
Enquanto crianças, mulheres e idosos à margem
Morrem de fome
Fome de justiça social
Fome de ter direito a ter direitos
Fome de ser tratado com respeito
Em meio a um devaneio coletivo que desanda
O pouco de democracia que estava vindo
Que direção deve ser seguida?
Aquela que mantenha a vida.
Todas vidas importam, já diz alguém
Do conforto do seu sofá e wi-fi de qualidade
Será que todo mundo tem liberdade de ir e vir?
Se minha voz se cala eu contribuo para a violência
Se amplio minha consciência de que privilégio
Vem para um público limitado
Eu saio do meu mundo arcaico e posso fortalecer a tua voz.  

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