Saga solitária
E aquela menina gosta
Da roupa velha no corpo ardente,
Sedento de culpa
Morosa desculpa lhe calça os pés,
Aquecendo-os na neve exposta,
Fratura lhe toca as costas desnudas
E a palma da mão crua
Reflete a áurea que a reveste
Do límpido toque do orvalho
Que reascende todas as manhãs,
Nas manhas das únicas maçãs
De que se alimenta ao vestir sua túnica
De pureza única és reflexo do sol,
A solidão arde em raios pútridos
E só o lamento mudo cessa teu olhar escuro
Que o âmago da natureza despreza
E faz-te caminhar por milhas em chão
Repleto de sórdidas formigas famintas
Escapa-te das presas tão faceira
Cujo brilho forasteiro lhe concede
Riqueza súbita junto ao indubitado
Que a fala muda decreta
Em meio à escuta de teu precioso
Silêncio, que ousas tão somente contemplar.
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