sábado, 17 de outubro de 2009

Amargura adulta

E a vida brinca de ciranda
Nos patamares de um reino
Sem a tacanha esperança

Criança ensurdece com seu grito
Prazeroso, o adulto se aborrece
E como um tolo a repreende sem pudor

O incômodo paira na amargura
Que a áurea infantil lhe reflete:
A culpa do ríspido envelhecer

E pede silêncio envolto em sua
Cápsula cretina, solidão surdina
Lhe arranca com as unhas afiadas

A ilusória paz compenetrada
Em seus atos meticulosos,
Lava o rosto e roe os ossos

Que a pele enrugada suga
Em nome da única alegria
Que tolhe ao infanto

Por mostrar-lhe a alegria por que
Tanto suplicou, e ao longo de toda
Uma vida, nunca encontrou.

Nenhum comentário: