segunda-feira, 14 de junho de 2010

O outro lado

Não me faço mais aflita
Nem quando a ferida é viva,
Canto cantigas de roda,
Dou voltas e me sinto viva.

Devaneios solitários
No escuro do meu quarto
Se tornam imagos criativos,
Mesmo se bizarros.

Na planície mais silvestre
Encontro redenção,
Mergulho na floresta
De minha imaginação!

Planto sonhos no quintal,
Os avisto da janela.
Quimera! Floresceram
E nem é primavera.

Borboletas me visitam
E pousam sobre meu jardim,
Um retrato do meu outro lado
Nasceu, mas sempre esteve aqui.

E da dor desatada em seus nós
Brota uma nova visão,
Amplia os vestígios
Do meu novo coração

E este não se desfaz do antigo,
Mas enxerga diferente o que
Eu como gente tenho sentido:
Se muda o sentido do vivido.

E o outro lado adormecido
Aflora tão disponível,
Me pega pelas mãos, conduz-me
Junto a nova música daquela estação.

O som invade com doçura a abertura
Que deixei na janela,
Danço com leveza sua beleza
Do novo que dormia no ápice de minha grandeza

E eu só via a pequenez,
Fixada em utopias,
Fantasias de um ingênuo burguês
Que de mim não pertenciam

E a voracidade é assim,
Salto para a vida
E revolução do outro lado
Que em mim habita.

Um comentário:

Lullaby disse...

As metaforas são mto boas O.O sério, incrivel, uau!

Cyaa