Reino de Marfim
Caminhava calmamente
Por ruas insólitas acompanhada
Da mochila nas costas
Trazia uma mala vazia
De peças sólidas e repleta
De magias rosas
O olhar sereno escondia
O desalento agruvinhado
Em seus fios de cabelo
A pele morena reluzia
Com a luz do sol
Quando era dia
E brilhava com o luar
Ao chegar a noite
Para lhe acalentar
Ela sonhava escondido,
Dentro do peito um mundo
Mágico reprimido
Pelo furor com que tinha
Como sua massante rotina,
Vida surdina sem açúcar
Seu néctar era doce,
Mas a amargura já lhe tinha visitado
E o pior, havia ficado para o jantar
Lhe corroía a mente
Com infortúnios a acumular
Desesperos
Como escape ela se recolhia
Em seu reino secreto e certo,
Prazeroso e discreto
Tinha uma caixinha de música
A cantar-lhe cânticos sagrados
A seus ouvidos desgastados
Suas fantasias ao mundo
Embotadas, em seu reino
Floresciam mágicas
E colhia morangos grisalhos
Em seu reino de marfim,
Cantarolando sonhos sem fim
E era ela quem sorria travado,
Ao descobrir sua paz
Destravou os lábios em leveza
Voltou a ver a beleza
Que a cercava na pequenez
Que a estrada da vida lhe dava.
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