sexta-feira, 25 de junho de 2010

Reino de Marfim

Caminhava calmamente
Por ruas insólitas acompanhada
Da mochila nas costas

Trazia uma mala vazia
De peças sólidas e repleta
De magias rosas

O olhar sereno escondia
O desalento agruvinhado
Em seus fios de cabelo

A pele morena reluzia
Com a luz do sol
Quando era dia

E brilhava com o luar
Ao chegar a noite
Para lhe acalentar

Ela sonhava escondido,
Dentro do peito um mundo
Mágico reprimido

Pelo furor com que tinha
Como sua massante rotina,
Vida surdina sem açúcar

Seu néctar era doce,
Mas a amargura já lhe tinha visitado
E o pior, havia ficado para o jantar

Lhe corroía a mente
Com infortúnios a acumular
Desesperos

Como escape ela se recolhia
Em seu reino secreto e certo,
Prazeroso e discreto

Tinha uma caixinha de música
A cantar-lhe cânticos sagrados
A seus ouvidos desgastados

Suas fantasias ao mundo
Embotadas, em seu reino
Floresciam mágicas

E colhia morangos grisalhos
Em seu reino de marfim,
Cantarolando sonhos sem fim

E era ela quem sorria travado,
Ao descobrir sua paz
Destravou os lábios em leveza

Voltou a ver a beleza
Que a cercava na pequenez
Que a estrada da vida lhe dava.

Nenhum comentário: