quinta-feira, 1 de julho de 2010

Pousou a nau

Como uma nau pousando
Em solo firme, mas infértil
Imersa em pensamentos,
Terreno fértil de construções

Eis que a imagem fruto
De imaginações me visita
Em tom real, num momento
Surreal do tempo e do espaço

De minha imaginação irrefletida
Avisto na calçada a criatura
Advinda dos pensamentos
Desconectados, fruto passado

E caminhava tão perto e tão longe,
Parecia um retrato congelado,
Me provocava sensações aos montes
E das quais não pude raciocinar

Uma miragem estranha do que ontem
Me levava a sentimentos mistos,
Hoje é um ser caminhando no infinito
De possibilidades que não me cabem ter

E a nau pousou num terreno vazio,
Deu margem à imaginação e esguia
Rumou em direção contrária à imagem
Daquela criatura distante e imaginária hoje

Pois o que a imaginação fomentou
E se deleitou no dia de ontem,
Já se pergunta qual a razão de ser
No dia de hoje, um vazio daquele rosto

Sem identidade, sem nome
E sem personalidade identificada,
Caminhou e sumiu na multidão,
Mas ontem fazia acelerar meu coração.

Um comentário:

Neto Cruz disse...

Olá! Sempre passo por aqui, e leio, senão todos, a maioria dos poemas. Gostei especialmente deste, me identifiquei bastante com ele.

E seu estilo é simplesmente apaixonante: prende à leitura.