segunda-feira, 12 de julho de 2010

Rumos do vento

E a criatura caminhava tão alheia
Com passos lentos na calçada,
Será que nada do que sou lhe arrebata?

Será que as nuvens que permeiam o meu céu
Dançam formando desenhos
Que te convidam a adentrar um carrossel?

Será imaginação te trazer em relances vagos
De sonho frente a redoma
De realidade crua que assombra?

Serão nítidos nossos silêncios
Da falta de contato e límpido o adeus
Que a contragosto fora aceito

Com o anseio de desfazê-lo
Num sorriso doce como
O gosto do beijo dos lábios?

Devagar, quimera nebulosa,
Por uma rua qualquer sumia desjeitosa
Num caminhar árduo e despreocupado

Enquanto carrego comigo seu semblante impugnado,
Que eu, doravante, talvez possa descrever
Porquanto resta a companhia de sua ausência

E a contemplação da recíproca
De nossos silêncios lentos,
Regados ao acaso dos rumos do vento.

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