quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Espólio

Pegou o azedume do peito
E formou os membros de um esqueleto
De pulsações que lhe invadiam
Involuntariamente, feito tormento
E o tempo mestre seguia desapressado,
Olhava a paisagem e contemplava o lago
Cuja margem chamava a seu encontro
E as águas turvas navegavam
Sem um ponto fixo,
Suas águas rumavam ao infinito
E aquele peso no corpo se acomodava
Diante do lago, admirava a renovação das águas
E imaginava quando seu esplendor
Lhe irradiaria extinguindo o torpor
Do fluxo das águas de seu território,
Sonhava com o dia de rumar sem o espólio
Tão fardo quanto o peso dos ombros
Do lado de fora da margem,
Renovação, ó miragem desejada,
Quiçá na próxima estação?

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