domingo, 5 de setembro de 2010

Náusea

Cuspi o mundo em minhas náuseas
Do cansaço de contato com o humano,
Despi meu coração por engano
Em serenatas de outrora

O mundo ri e me devora
Numa mastigada voraz,
Empobrecimento relacional
Me faz delegar ao outro aproximação

Em meio às fagulhas de luz, enxergo trevas
E não mais me esforço
Para sorrir a contragosto
Como era

Se em mim há desgosto
Com tudo que se esvai
Feito líquido
Fugaz e finito

Num afrouxamento de idéias
Fundidas sem mais o que alcançar,
Fecho os olhos e caminho devagar
Sem direção e ritmo para os pés ancorar.

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