Àquela
Minha alma se remexe
No ventre do meu pensamento
Incessante
Penetra fantasias vívidas
Com a mesma entonação
Minha alma tem pressa
Degusta na imaginação
A prece dos nossos olhos
De lábios colados
Selando o coração
Minha boca tem sede
E anseio de sugar
Teus beijos
Cartão de entrada
Para o jantar
Minha pele tem vontade
Da ciranda dançada
Com nossas pernas
Entrelaçadas
Em sintonia singular
Meus olhos têm o peso
Da saudade esmagada
Feito farelo
Ou algo que muito quero
E largo na estrada
Das utopias vorazmente sonhadas
Restam os traços, trejeitos
E sonetos dedicados
Àquela que em sua pose mais fugaz
Provocou minha alma
Com seu doce mistério
E medo tão sério
Do que foi nossa fragilidade,
Ainda tão menina
Que não pôde suportar.
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