Descompasso Humano
Se nos passos voluntários
Ressoam lapsos carregados
A contragosto
Pelo caminho
Como aceitar a limitação
Das escolhas voluntárias
Não de todo coerentes
Ao que rege o coração?
Se o verso rima
Em consonância singular
Com os aspectos adicionais
Da vida do falante
Por que sonha ele tão só
Com o rosto vil e distante
Daquela que fora ontem
Sua calorosa amante?
Devaneios certeiros
São desafios conjugados
Da sintonia linear para a vida
E os passos dados em rima
E o que faz ele, sujeito da ação
E da passividade mesma
Aos acontecimentos não escolhidos
Presenteados pela vida?
Segue apressado em descompasso
Cujo coração, embriagado
De recordações estáticas prossegue
Compromissado com o acaso
E haverá mais dias de sintonia entre pensar e sentir
Ou terá nosso ator de se conformar
Com a falta de nexo que carrega
Todo humano por vezes desconexo em si?
Um comentário:
Senti falta dos seus versos, e me identifiquei muito com este aqui, talvez mais do que com todos os outros...
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