segunda-feira, 9 de abril de 2012

Descompasso Humano

Se nos passos voluntários
Ressoam lapsos carregados
A contragosto
Pelo caminho

Como aceitar a limitação
Das escolhas voluntárias
Não de todo coerentes
Ao que rege o coração?

Se o verso rima
Em consonância singular
Com os aspectos adicionais
Da vida do falante

Por que sonha ele tão só
Com o rosto vil e distante
Daquela que fora ontem
Sua calorosa amante?

Devaneios certeiros
São desafios conjugados
Da sintonia linear para a vida
E os passos dados em rima

E o que faz ele, sujeito da ação
E da passividade mesma
Aos acontecimentos não escolhidos
Presenteados pela vida?

Segue apressado em descompasso
Cujo coração, embriagado
De recordações estáticas prossegue
Compromissado com o acaso

E haverá mais dias de sintonia entre pensar e sentir
Ou terá nosso ator de se conformar
Com a falta de nexo que carrega
Todo humano por vezes desconexo em si?

Um comentário:

Neto Cruz disse...

Senti falta dos seus versos, e me identifiquei muito com este aqui, talvez mais do que com todos os outros...