sábado, 15 de agosto de 2015

Mudanças destemperadas


Daquele lugar 
Já não havia mais lembrança do cheiro
O ar rarefeito trouxera outros ares: 
O gosto adocicado da praticidade

No dia a dia 
Uma pitada de silêncio 
Com doses apropriadas de agilidade 
Em locomoção ganhara tempo, pernas e movimento 

Onde agora chama de lar, 
Se acomoda sem estranhamento
E nota que o ambiente ainda fere 
A um dos amores de sua convivência

Uma dose de luto constrange perguntas 
E afronta a vontade de escuta daquela ausência de voz
Ruídos sussurram que o tempo orienta novos significados 
Ao peito introspectivo, tão abafado e fundido em si próprio

Quiça a televisão e sua programação ineficaz 
Permitam o desabrochar dos assuntos, olhares 
E pontos comuns que estreitem os nós frouxos
Do brilho da convivência serena 

Que outrora houvera naquele canto rotineiro  
E ainda que soasse cansaço por inteiro 
Temperamentalmente chamara
Largos vinte e três anos, de lar.
            

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