Mudanças destemperadas
Daquele lugar
Já não havia mais lembrança do cheiro
O ar rarefeito trouxera outros ares:
O gosto adocicado da praticidade
No dia a dia
Uma pitada de silêncio
Com doses apropriadas de agilidade
Em locomoção ganhara tempo, pernas e movimento
Onde agora chama de lar,
Se acomoda sem estranhamento
E nota que o ambiente ainda fere
A um dos amores de sua convivência
Uma dose de luto constrange perguntas
E afronta a vontade de escuta daquela ausência de voz
Ruídos sussurram que o tempo orienta novos significados
Ao peito introspectivo, tão abafado e fundido em si próprio
Quiça a televisão e sua programação ineficaz
Permitam o desabrochar dos assuntos, olhares
E pontos comuns que estreitem os nós frouxos
Do brilho da convivência serena
Que outrora houvera naquele canto rotineiro
E ainda que soasse cansaço por inteiro
Temperamentalmente chamara
Largos vinte e três anos, de lar.
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