terça-feira, 13 de outubro de 2015

Lar é lugar em construção  


Na contramão de rodeios cotidianos
Ela se desnuda de relações por engano
E flutua imersa em um quebra cabeças 
De peças desencontradas 

Os afagos silenciosos da estrada
Frutificam carinhos de vento em seu cabelo 
Pequenos gestos de amor seguiam 
A contramão do desejo 

Sem alma definida, experimenta doces, 
Massas e pitadas de pimenta do reino 
Brinca no espelho com laços de fita 
E não desperdiça doses imprevistas de alegria

Sorrateira reflexão banhada ao futuro 
Nulo é o traçado linear que não cabe no peito 
E desloca ao inesperado a tomada de decisão 
Dona de seus anseios

Lar é lugar em construção 
De ideias, afetos, sentido 
E suspiros de cores sortidas 
Em desencontros na contramão 

A vida desautoriza convicção rígida 
E despenteia a estática concretude
Amiúde encontros fomentam respostas
Temporário toque dos sentidos, aposta insossa  

O que faz momentos de primavera
Ocuparem menos plano de fundo 
E mais amor desnudo que se vê da janela 
Dos olhos de quem sente o furor da respiração?

Quimera se outrora postergasse melindres
Presentes rescindem contratos superficiais
Ora, humano fugaz, ocupe espaço transitório 
Que agora o contexto lhe faz!

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