Aquarela da despedida
Ela me fita com olhos fixos
Um brilho cinza de intensidade transborda
Contida na musculatura enrijecida
A aura vermelha do encontro
De olhares que se acariciam
Em uma dança individual
Sucumbe ao negro
Das tormentas do passado
E temores de um futuro desleal
O azul escuro da blusa dela
Desperta perguntas não verbalizadas
A paz que existiu foi desmoronada?
As paredes brancas da sala negligenciaram
O encontro não verbal, contido pela distância
Dos corpos num estupor proposital
Outrora o silêncio azul turquesa
Fora um deleite compartilhado
Uma dádiva de intimidade comemorada
A violeta radiante do entrelaçar das mãos
Era gesto automático do encontro consumado
Reflexo da sintonia mental, plena conexão
O toque dos corpos
Transpunha sensações táteis
Era vivida a cor púrpura dos beijos e enlaces
Naquele dia gris, um abraço foi provocado
Em meio ao vazio esmorecido
Em um tom desbotado de despedida forçada.
18/8/2016 - Dedicado ao amor que se desviou do caminho tão precocemente.
18/8/2016 - Dedicado ao amor que se desviou do caminho tão precocemente.
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