Derramada
Me derramei
Deturpada para o mundo
Numa carcaça embrutecida
Escondia as doçuras pueris
Do meu sorriso
Com a voz baixa
E movimentos lineares
Resguardei momentos
Revivi lugares novos
Dentro de mim
Me fiz profunda
Em superfícies rasas
E no mar revolto
Me permiti demonstrar
Fui tão claramente amor
Multifacetada de frases e verbos
Regava folhas e desejava flores
Colhi girassóis aonde só havia rumores
Do fruto nutri espaços
E deslanchei com vigor
Me derramava em versos
Feito prosa, poesia e rima
Deslanchava em palavras no papel
Ao passo que desaguava imensidão
Substanciada em um mar de mim.
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