terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Derramada 

Me derramei
Deturpada para o mundo
Numa carcaça embrutecida
Escondia as doçuras pueris
Do meu sorriso

Com a voz baixa
E movimentos lineares
Resguardei momentos 
Revivi lugares novos
Dentro de mim

Me fiz profunda 
Em superfícies rasas
E no mar revolto
Me permiti demonstrar
Fui tão claramente amor

Multifacetada de frases e verbos
Regava folhas e desejava flores
Colhi girassóis aonde só havia rumores
Do fruto nutri espaços 
E deslanchei com vigor

Me derramava em versos
Feito prosa, poesia e rima
Deslanchava em palavras no papel
Ao passo que desaguava imensidão 
Substanciada em um mar de mim.   

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