Transcorrido 
Aquela menina recolhia
Lantejoulas coloridas
Em seu jardim de sonhos
Seu sorriso era jocoso,
O seu andar jeitoso 
E tinha um brilho no olhar
Ela abriu o portão de seu castelo
E avistou a rua em luzes de neon,
Um convite ao novo universo, aceitou
Foi lá fora que encontrou o tal amor, 
Este se apresentou e com ela caminhou 
Em ladrilhos floridos e perfumados
Mas uma plantação de espinhos 
Se colocou no caminho onde passariam
Lado a lado
Então o amor se desvirtuou, 
Ter alergia a espinhos alegou 
E a menina caminhou sozinha
Na caminhada se encontrou com a decepção,
Vestia um terno preto e carregava 
Uma cartola nas mãos
Com um sorriso sarcástico, da menina caçoou
E lhe disse da ingenuidade que a desmoronou
Neste cenário trágico de dor
A menina se debruçava em lágrimas
Salgadas como a amargura 
Que dela não se afastava
Em sua penúria, a frustração se aproximou 
Brotou da cartola da decepção, que dançava
Um tango russo sem música e sem direção
Tentou um diálogo com a menina, 
Lhe sugeriu que olhasse para cima
E enxugasse seu pranto sem cor
Com os dedos trêmulos ela ouviu a frustração
E tentou se recompor com uma força 
Que não sabia ter nas mãos em meio a tanto torpor
Foi então que a frustração ordenou à decepção
Que parasse a música imaginária de deboche
E se aproximasse da menina como quem pode ajudar
Frustração e decepção por um instante conversaram
Sozinhas, combinando uma sugestão para a menina
Se levantar da tristeza, sair do chão
Pois ambas falaram do enfrentamento necessário
E fardo, mesmo por que, a menina saiu
De um castelo mágico e se deparou com o fracasso
E ela não conhecia o fracasso, este lhe sorria
Com um dente de ouro e paletó colorido
Embaixo do braço
Lhe dirigu a palavra, dizendo para devorá-lo, 
Ou então ele a devoraria e dela nada 
Restaria senão um fiasco lançado a esmo
Sem endereço, sem apreço e sem contato
Com a força sublime que ela teria 
Se o encarasse como igual, ela quis o páreo
Secou as feridas que lhe corroíam as mãos,
As pernas, e o lado esquerdo do peito, no tal coração 
Neste o sangue era certeiro e jorrava sem interrupção
A menina pegou os espinhos que o amor recusara
E fez um terninho para vestir-se quando as trevas
Ameaçassem derrubá-la, e se encorajou
Construiu os alicerces que lhe impediam
De gozar novamente da paz que era sua,
Interior
A seu tempo ela cresceu internamente, 
Fez da dor e do pranto seu canto
Mais sincero e duradouro
Apesar do matadouro de vidas
Que desalinham na ardura 
Da crueldade que vem de gente.   
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Um comentário:
Humm.. curti o blogg rs ...
Beijoo
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