Mente pensante
Toda essa excessiva ordem
Do pensar em sentidos
Requer um toque de desprendimento
Que não vivo
E o que não vivo me pesa sobre os ombros
Feito uma carga que solta sobre mim sua descarga
De energia tamanha
A mente pensante não descansa
Adormece e acorda com a mesma ânsia
De decodificar o abstrato da vida crua,
Desnudar o universo concreto
Num passo feroz e incerto
Reveste seu olhar no horizonte brando
A titubear diante dos mistérios que acredita haver na vida
E hesita passos vagos num escandaloso escuro
Sobre o qual se vê nua e voraz
Do que a preenche de sua sede sagaz
Por tudo que emana vida e se movimenta
Nas auguras do tempo
E se faz real, não uma lenda.
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