domingo, 10 de outubro de 2010

Ardiloso contraste

Nú,
Ardiloso contraste
Cru
Feito um cipreste infértil
Ao sul

Do meu leito
Assoviava
Canções
Têmperas
Dançando

Com os olhos
No espelho
Sórdidos
Caminhos sem sol,
Na redoma do quarto

As paredes
Soletravam
Sonetos
Imemoráveis
Aos ouvidos
Tão frágeis

Escutava
Fonemas mudos
Sem voz
Os pensamentos
Gritavam
Aos surdos

Que rodeavam
Seu jardim
Sem primaveras
Rindo-lhe
Do que era e se esvaiu

Recompôs-se
E se vestiu,
Com a janela
Aberta pertimiu
À luz que o visitasse

Reagira
Aos infortúnios contrastes
Da fadiga
Que o arrastara
E um sorriso esboçava

Não menos cauteloso
Do que
Os passos
Que cedia
Ao solo
Duvidoso.

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