terça-feira, 12 de outubro de 2010

Vi-me

Certo dia vi-me a mim
Sem o reflexo de um espelho
Me escancarando a face

Vi-me a mim despida de véus sociais
E nua no cais do meu pensar
Sem pesar me compreendi

Nas nuances recusadas surpreendi
Meu lado mau de viver
Tão submisso ao dever

Moralmente civilizado,
Para meus olhos, escancarado
Pelado sem máscaras ou recursos

Antes recluso na face equânime,
Outrora enjaulado nos corações dilacerados,
Hoje presente a mim, sua dona real

Ode final às boas maneiras?
Não!
Teci a bandeira interna de me conhecer

Seu destino é direcionar as ações
À razão consciente
Da calmaria e das rebeliões

Antever a luta interna
Que o outro lado não cessa,
Mas confessa.

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