Casulo colorido
Ela fica assim, calada
Observando ruídos abafados
Pelo teto azul feito céu
De seu quarto
Lá fora o teto do mundo
É cinza, azul e alaranjado
Influencia seu humor ao que permite tocar
De amor e desamor propostos na jornada
Lá dentro o vento traz introspecção e movimento
Uníssonos e controversos
Instigam olhares internos e externos
Sem definir o tom e o gosto dos versos
A poesia comprime fragilidade e resiliência
Sem espelhos reais fora do seu teto
A essência imensa onde se reconhece
É fruto de memórias vividas e imaginadas
A cabeça aduz estar atordoada
Pelos movimentos de 'entra e sai' do casulo,
Era pleno seu desabrochar oscilante entre claridade e escuro
Metamorfoses fizeram-na recuar para dentro de si
Em seu mundo quiça pouco explorado, ali,
Distante de aglomerações inexpressivas,
Ela vai e vem e vai,
Num movimento além de palavras
Incerta dos passos
E convicta do desejo de contato
Imprevisível e necessário
Com o melhor do que existe em seu porvir.
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