domingo, 8 de março de 2015

Casulo colorido


Ela fica assim, calada
Observando ruídos abafados 
Pelo teto azul feito céu 
De seu quarto 

Lá fora o teto do mundo 
É cinza, azul e alaranjado
Influencia seu humor ao que permite tocar
De amor e desamor propostos na jornada  

Lá dentro o vento traz introspecção e movimento
Uníssonos e controversos
Instigam olhares internos e externos
Sem definir o tom e o gosto dos versos   

A poesia comprime fragilidade e resiliência
Sem espelhos reais fora do seu teto
A essência imensa onde se reconhece 
É fruto de memórias vividas e imaginadas                     

A cabeça aduz estar atordoada 
Pelos movimentos de 'entra e sai' do casulo, 
Era pleno seu desabrochar oscilante entre claridade e escuro
Metamorfoses fizeram-na recuar para dentro de si

Em seu mundo quiça pouco explorado, ali, 
Distante de aglomerações inexpressivas, 
Ela vai e vem e vai, 
Num movimento além de palavras

Incerta dos passos 
E convicta do desejo de contato 
Imprevisível e necessário    
Com o melhor do que existe em seu porvir. 

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